A homeopatia é um ramo da medicina que ganha cada vez mais adeptos. A sua eficácia e benefícios são cada vez mais procurados. Os pais procuram para os seus filhos soluções que não passem por antibióticos e substâncias que, ao invés de aumentarem as defesas, debilitam cada vez mais o sistema imunitário e acarretam efeitos colaterais.

Este espaço foi criado para partilhar informações, conhecimentos e orientações no mundo da homeopatia. São inúmeros os recursos a que os utilizadores têm acesso: sugestões de bibliografia e sites de interesse, informações sobre medicamentos homeopáticos, espaço para dúvidas, esclarecimentos e pedidos de ajuda.
Com a saúde não se brinca e, por isso, nunca poderemos dispensar a ajuda de um médico, este blog serve apenas de apoio.




Homeopatia

Febre e Convulsões

O que são? As convulsões febris ou provocadas pela febre são convulsões que aparecem nos primeiros anos de vida – entre os 6 meses e os 6 anos – na presença de uma doença febril geralmente benigna e sem que haja uma lesão neurológica causal.

Quem afectam?

"As convulsões febris afectam 3 a 5% das crianças, e bebés, com maior frequência no sexo masculino, existindo uma predisposição familiar para o seu aparecimento .

A probabilidade de ocorrência deste tipo de convulsões é maior nos 3 primeiros anos de vida, diminuindo progressivamente até por volta do 6 ano."


Como se manifestam?

"As convulsões febris surgem habitualmente no início de uma doença febril coincidindo o seu aparecimento com a subida da temperatura, o que faz com que sejam muitas vezes o primeiro sinal de uma infecção na criança/ bebé.

A criança / bebé  pode parecer estranha por momentos, depois o seu corpo fica rígido, com movimentos involuntários e descoordenados da cabeça e membros, podendo ainda revirar os olhos, espumar pela boca e ficar com cianose (tom azulado da pele), particularmente à volta da boca.

As convulsões febris são habitualmente de curta duração – 1 a 2 minutos – mas podem durar até 15 minutos e, excepcionalmente, mais do que isso. Durante esse período a criança não está consciente mas a sua recuperação é rápida após o fim da convulsão, embora possa haver um período de sonolência depois da crise."

O que fazer perante uma convulsão febril?

"As atitudes a tomar durante uma convulsão febril visam principalmente proteger a criança de qualquer traumatismo acidental.

Assim, deve deitar-se a criança no chão ou outra superfície plana, afastada de objectos duros ou aguçados que a possam magoar, colocar a cabeça de lado de forma a que a saliva escorra da boca sem que se engasgue, e libertá-la de roupa em excesso para facilitar o seu arrefecimento.

Não se deve introduzir nada na boca da criança, nem tentar agarrar-lhe a língua ou impedir os movimentos involuntários característicos das convulsões.

Logo que possível deve avaliar-se a febre e administrar-se um medicamento adequado para a baixar (por exemplo , um supositório de Paracetamol).

Após a convulsão convém contactar o médico assistente para que avalie e trate a causa da febre, já que a convulsão febril em si não necessita de tratamento."

Que consequências tem uma convulsão febril para a criança / bebé?

"As convulsões febris não são perigosas para a criança, se excluirmos o risco de traumatismo acidental por bater em qualquer objecto próximo. Elas não causam lesões cerebrais ou neurológicas, atraso mental ou outros problemas a longo prazo.

O facto de uma criança/ bebé ter convulsões febris não condiciona o aparecimento posterior de Epilepsia. A Epilepsia é uma doença neurológica que se caracteriza por convulsões múltiplas e recorrentes, que não são causadas pela febre.

O risco de sofrer de Epilepsia é apenas ligeiramente superior nas crianças que tiveram convulsões febris, particularmente nas que tiveram mais que cinco episódios ou convulsões com uma duração superior a 15 minutos (convulsões febris complicadas)."

Qual a probabilidade de recorrência das convulsões febris?

"A probabilidade de ocorrência de uma segunda convulsão está relacionada com a idade de aparecimento da primeira. Quando a primeira convulsão surge antes dos 12 meses de idade há 50% de possibilidades de ocorrer uma segunda convulsão. Já as crianças que tiveram a primeira convulsão a partir do segundo ano de vida têm apenas 30% de hipótese de vir a ter outra.

Embora as convulsões febris possam repetir-se em diferentes episódios febris, é muito raro que surjam de novo durante o mesmo episódio."


Que exames deve fazer uma criança que teve uma convulsão febril?

"Após uma convulsão febril a criança deve ser observada pelo médico para que este procure identificar a causa da febre.

O diagnóstico da convulsão febril é clínico e não necessita de exames complementares, tais como EEG, TAC ou Ressonância Magnética para a sua confirmação.

Na maioria dos casos não será necessário fazer nenhum exame, a não ser excepcionalmente para confirmar a causa da febre. Perante uma primeira convulsão febril, particularmente durante o primeiro ano de vida, poderá ser necessário fazer uma punção lombar para excluir a hipótese de uma meningite."

Como se trata uma convulsão febril?

"As convulsões febris não necessitam de tratamento específico, com excepção dos casos raros de convulsões mais prolongadas que poderão beneficiar do uso de um anticonvulsivante prescrito pelo médico.

Para além do controlo da temperatura, a observação da criança permitirá decidir se é necessário administrar medicamentos que tratem a doença que causou a febre."



Como se previnem as convulsões febris?

"Na maioria das situações não há indicação para instituir um tratamento preventivo para as convulsões febris, já que o benefício da medicação não seria superior aos seus riscos. Excepcionalmente, esse tratamento poderá ser necessário, quando se trata de convulsões febris frequentes ou complicadas (com duração superior a 15 minutos).

A prevenção das convulsões deve basear-se no controlo cuidadoso da febre, mantendo a criança doente com roupa ligeira e em ambiente pouco aquecido, administrando precocemente medicamentos antipiréticos (que baixam a temperatura) quando tem febre.

As pessoas que cuidam da criança, em casa ou no infantário, devem estar informadas da possibilidade de ocorrência de uma convulsão se a criança tiver febre, conhecer a forma adequada de vigiar e controlar a temperatura, bem como as atitudes correctas a adoptar perante uma convulsão."

Autora: Dra. Ana Ferrão